Eu gerencio, tu gerencias, ele gerencia… Nós gerenciamos! Terceirização dos Processos do Negócio – e por que não?

Uma nova sigla surgiu no horizonte das empresas, trazendo soluções diferenciadas e propondo a quebra de paradigmas na gestão dos negócios. Trata-se do BPO, Business Process Outsourcing, que em uma tradução livre significa a Terceirização dos Processos do Negócio.

A sigla em si ainda não é muito conhecida entre os empresários, que muitas vezes desconhecem a possibilidade de realizar este tipo de terceirização. Porém trata-se de uma tendência que seguramente será bem sucedida, pois promove a racionalização de processos importantes de gestão.

É interessante refletirmos sobre o contexto no qual os empresários estão inseridos, assim a contribuição do BPO se tornará mais evidente. Os empreendedores reportam que ficam muito tempo envolvidos nas atividades meio da empresa, sendo dominados pelas questões operacionais que surgem diariamente. Com isso, acabam dedicando menos energia para as atividades fim, aquelas que de fato são mais estratégicas e exigem maior envolvimento.

Sempre existe a necessidade de corte de custos e de uma gestão mais eficiente, associada à busca pela inovação de produtos, processos e modelos de negócio.

Mas não há tempo para cuidar de tudo e muitas vezes a insegurança está presente, pois não há subsídios suficientemente robustos para embasar a tomada de decisões. É neste cenário conturbado que o BPO, Business Process Outsourcing, surge como uma solução eficiente, inteligente e segura.

O que pode ser terceirizado

A terceirização já é amplamente adotada em serviços de apoio como contabilidade, jurídico, segurança, facilities e até mesmo etapas do processo produtivo. O BPO, por sua vez, pressupõe a terceirização dos processos internos de gestão, como financeiro, recursos humanos, marketing e assim por diante.

Isso significa que o empresário poderá se dedicar mais ao core business da empresa, direcionando seu tempo e energia às competências essenciais do negócio. As etapas redundantes dos processos são eliminadas e o foco da rotina da empresa é redirecionado.

O BPO mais conhecido e utilizado é o BPO Financeiro. Nesta modalidade, são terceirizadas atividades como: contas a pagar e receber, fluxo de caixa e conciliação de contas.

Outra modalidade bastante promissora é o BPO de Recursos Humanos, no qual a empresa terceiriza atividades como o recrutamento e seleção, desenvolvimento dos colaboradores, folha de pagamento e até mesmo atividades relacionados ao Endomarketing.

O BPO de Marketing pode se responsabilizar pelo desenvolvimento de planos de marketing, realização de pesquisas de mercado, ações de comunicação e relacionamento com clientes.

Há também o BPO Administrativo, que envolve controle de estoques, compras, gestão de arquivos e suporte. Isso sem falar de outras modalidades e atividades de gestão que podem ser terceirizadas.

As estimativas demonstram que aproximadamente 15% das empresas brasileiras já adotam o BPO. Desta forma, elas obtêm relatórios confiáveis sobre a evolução de indicadores, acompanhamento constante sobre a saúde da empresa, além de sugestões de melhorias e ajustes, tudo isso com o apoio da tecnologia.

A terceirização dos processos de gestão elimina a necessidade de ter equipes internas dedicadas a estas atividades, promovendo a redução dos custos, associada ao aumento da eficiência e produtividade, melhoria da previsibilidade, riscos reduzidos e simplificação dos processos.

Em pesquisa realizada pela Educate Consultoria identificou-se que 54% dos empresários não sabem da possibilidade de terceirizar os processos de gestão, portanto nunca refletiram sobre o assunto. Quase 60% dos entrevistados nunca ouviu falar sobre BPO.

Em torno de 30% dos empresários já ouviram falar sobre BPO, mas não compreendem exatamente o que o Business Process Outsourcing significa ou de que forma pode contribuir com seus negócios.

Estes dados indicam o potencial de mercado que se apresenta, além da necessidade de informação aos principais beneficiados: empresas de pequeno e médio porte, dos mais diversos segmentos de atividades.

É questão de cultura, de mindset, de coragem para mudar a forma como a gestão sempre foi feita. Você está disposto?

Colaborou com este artigo: Valesca Reichelt, Doutora em Administração e sócia-consultora da Educate Consultoria e Assessoria Empresarial