Metodologias ágeis: saiba como elas podem ajudar sua empresa

O termo tem se popularizado especialmente entre agências digitais e de comunicação. Mas várias empresas têm buscado adotar alguma modalidade da chamada metodologia ágil.

Antes de apresentarmos o que vem a ser isso, é importante saber como tudo começou. Em 2001, um grupo de desenvolvedores se reuniu em Utah/EUA para estudar estratégias de desenvolvimento mais leves e rápidas a partir de suas experiências.

Daí nasceu o chamado “Manifesto para o Desenvolvimento Ágil de Software” ou “Manifesto Ágil”, baseado em quatro valores:

  1. Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas;
  2. Software funcionando acima de documentação abrangente;
  3. Colaboração com o consumidor/cliente acima de negociação de contratos,
  4. Resposta às transformações/mudanças, mais do que seguir um plano.

 Do universo das empresas de Tecnologia da Informação para o dia a dia de outros empreendimentos, as metodologias ágeis têm atraído a atenção dos gestores interessados em inovar.

A metodologia ágil compreende um processo mais rápido, pois os projetos são divididos em pequenas entregas. Ao contrário do processo tradicional, que busca reduzir ao máximo as alterações ao longo do processo para não comprometer o planejamento, a metodologia ágil encara cada projeto como algo aberto, que pode ser ajustado conforme a necessidade.

Isso é possível porque se trabalha com pequenas entregas e as equipes podem avaliar com mais rapidez o que está ou não funcionando. Um tipo de metodologia ágil bem conhecida é o Kanban (tradução: cartão ou sinalização), inspirada nos métodos dos japoneses para organizar o fluxo de trabalho nas fábricas.

A Toyota foi pioneira, criando, em 1960, esse método que usa o sistema de cartões para indicar o status de cada etapa do processo de trabalho. Hoje usamos post-its ou programas como o Trello para visualizar o que precisa ser iniciado, o que já iniciou ou está concluído.

Outra modalidade é o Lean que já apresentamos em nossas redes. Este método busca identificar o que representa desperdício de recursos na empresa: tempo, dinheiro, equipamentos, energia emocional e intelectual por exemplo.

O objetivo é aliar gestão eficiente ao uso racional dos recursos, alocando somente o que for realmente necessário para o desenvolvimento de cada projeto.

O Scrum é outro tipo de metodologia ágil e trabalha com a formação de grupos em torno de um objetivo comum. Cada etapa de trabalho é denominada de sprint e gera uma entrega parcial sob a coordenação do Scrum Master, o facilitador do método, responsável por garantir que todos entendam e apliquem a metodologia corretamente.

Metodologia ágil na prática

Com a pandemia, muitas empresas enxugaram suas equipes e tiveram de rever sua forma de gestão, buscando envolver mais seus colaboradores na busca de soluções para sair da crise e inovar.

Foi assim com uma de nossas clientes, a Manuela Wagner Golbert, Diretora da Lead Edu, empresa do segmento de educação corporativa. Ela dividiu a equipe em grupos de trabalho, encarregados de pensar em oportunidades de negócios que pudessem ser prototipadas.

“Em uma semana, tínhamos três projetos de educação corporativa digital. Debatemos as idéias entre os grupos e chegamos ao Lead Tech”, uma inteligência de aprendizagem totalmente a distância.

Paralelo a isso, Manuela contatou cada cliente para saber como estavam sendo também afetados com a pandemia e que soluções buscavam para sanar as dificuldades. “Funcionou como uma pesquisa de mercado, que nos deu bons insights”, afirma.

Foi criada ainda uma força tarefa responsável por negociar a antecipação de recursos junto aos clientes, criando uma contrapartida a eles sob a forma de crédito.

O desenvolvimento de times, também chamados de squad, podem reunir pessoas de áreas distintas, mas voltadas a um mesmo propósito: encontrar juntas saídas para um problema.

Mas não esqueça: a comunicação entre você e sua equipe é fundamental. Deixe claro quais entregas devem ser feitas e seus prazos. Mas ouça também o que a equipe tem a dizer, pois são eles que vivem intensamente cada processo no dia a dia. Manuela sugere que os gestores acolham suas equipes emocionalmente, valorizando as reuniões gerais e individuais. “Contribui para tornar menos pesado esse momento e, ao mesmo tempo, compartilhar as boas práticas, ter novas ideias”, observa.