Parcerias comerciais: como elas podem ajudá-lo a crescer

A noção de trabalho em rede ou colaborativo é um fenômeno contemporâneo que passa a fazer parte da agenda dos gestores com o advento da internet e o surgimento das redes sociais mediadas por tecnologia.

O estabelecimento de parcerias comerciais não é em si uma estratégia nova, mas o cenário pandêmico trouxe a necessidade de refletir a respeito. Empresas que antes navegavam sozinhas, gozando de certa autossuficiência viram o chão ruir em meio aos impactos da pandemia de Covid 19 e passaram a considerar ações coordenadas com outros atores do mercado.

O termo ‘parcerias comerciais’ – assim como outras expressões de nosso tempo – sofrem revisões à medida em que o contexto se renova. Em estudo desenvolvido pelo Sebrae Paraná, em 2019, o tema foi denominado ‘fraternidades comerciais’. De acordo com o estudo, esta seria uma tendência para 2020 e 2021.

A noção de fraternidade imprime um sentido de coletividade, de grupo que busca saídas para problemas comuns. Amplia a noção contida no termo ‘parceria comercial’ cujos resultados positivos podem ficar restritos apenas aos respectivos parceiros.

A adaptação dos processos de gestão, a separação das equipes obrigadas a trabalhar em home office e as limitações impostas à experiência de compra e venda de produtos e serviços, impôs o exercício da empatia e da troca.

Outro fator que contribuiu para aquecer o debate sobre o tema, foi o fato de que o comércio local passou a ser valorizado pelos consumidores. Olhar para o vizinho de bairro como aliado, perceber as potencialidades da vizinhança contribuiu para esse despertar.

Fraternidades comerciais na prática

Empresas que concorrem direta ou indiretamente podem estabelecer fraternidades comerciais, agindo como uma ‘comunidade comercial’ (SEBRAE-PR), promovendo ações em conjunto com impacto ainda maior sobre os clientes e a comunidade em que vivem.

A união de esforços beneficia orçamentos enxutos, com a divisão equitativa de responsabilidades. Outros benefícios são:

  • Maior alcance de público e de mercado;
  • Poder de negociação junto aos fornecedores;
  • Sinergia entre as equipes com a otimização dos processos;
  • Reconhecimento de marca.

As parcerias ou fraternidades comerciais também podem ser pensadas como estratégias de relacionamento interno. Sua empresa pode firmar parcerias com empresas ligadas aos segmentos de alimentação, lazer, economia e bem-estar com a finalidade de trazer benefícios para as equipes, como preços diferenciados ou cortesias.

 

Porém, busque identificar o perfil e interesses das equipes a fim de buscar parcerias que possam ser usufruídas pelo conjunto de colaboradores. Considere, por exemplo, parcerias que propiciem programas de treinamento e atualização ou vantagens para a família de seu colaborador.

Encare essas iniciativas como parte da política de gestão de recursos humanos de sua empresa, informando de modo claro e monitorando os resultados gerados ao longo do tempo.

E fique atento! Parcerias como essas exigem que sua empresa tenha claro o que pode ser oferecido ao parceiro de forma que a troca de bens ou serviços entre as partes seja equilibrada.

Outro ponto é combinar as regras de conduta e deixar formalizado a dinâmica dessa parceria. Isso evita mal entendidos e permite que – sempre que um novo colaborador se incorporar à equipe – tenha uma memória do que foi acertado.

Contudo, tenha em mente que parcerias ou fraternidades comerciais também dizem sobre os valores de sua empresa. Portanto, ao associar-se a empresas que desrespeitam os direitos humanos ou o meio-ambiente pode significar impactos negativos sobre a reputação de sua marca.

Busque potencializar alianças com empresas que compartilham valores em comum. As chances de sucesso serão infinitamente maiores.